segunda-feira, 23 de julho de 2012

Um ano sem Amy Winehouse


       Hoje, 23 de julho, completou um ano em que a diva Amy Winehouse foi encontrada morta em seu apartamento em Camden Town, Londres. A causa da morte, revelada algumas semanas depois, foi o excesso de bebida alcoólica após um tempo de abstinência.
       Nesse mesmo dia do ano passado, eu escrevi aqui no blog um texto com bastante pesar por ter perdido a minha cantora preferida. Hoje a sensação é a mesma com um adicional de revolta. Revolta porque durante o tempo em que estava viva muita gente se recusava a admitir o talento dela, porque usava drogas, aparecia frequentemente bêbada e não largava o copo de bebida nem quando estava em cima do palco.
        Depois da morte, apareceram aquelas pessoas que resolveram gostar dela porque ela era o assunto do momento. Teve também as pessoas que continuaram com a visão limitada e ainda não se livraram do pensamento que Amy era puro escândalo. Não nego que ela teve uma trajetória marcada por deslizes, mas depois de tanto tempo ela ainda ser tratada assim me cansa.
      Hoje li várias notícias sobre um ano de morte de Amy Winehouse e, ainda que os textos sejam diferentes, alguns mostrando uma certa devoção à Amy, outros mostrando indiferença, é comum ver nos textos palavras chaves como se elas fossem a melhor tradução do que a cantora representa. “Carreira/vida curta, porém intensa”. “Viveu intensamente”. “Vida desregrada”. “Carreira conturbada”. Ok. Tudo isso e o que mais?








                           Tem tanta gente famosa que teve uma vida e uma morte semelhante a dela. Acho que não é necessário nem listar nomes, todo mundo sabe dos cantores que faleceram aos 27 anos. Não sei se é porque o meu “contato” com eles não é tão grande quanto com a Amy, mas não vejo falarem deles apenas como os cantores que usavam drogas, que bebiam demais (e se falam estão sendo tão injustiçados quanto a ela). Depois de tanto tempo, acho muita teimosia se limitar a julgar Amy Winehouse apenas pelas suas atitudes.
       Pra mim, a voz da Amy é incomparável, o estilo tão singular, o jeito ao mesmo tempo que aparecia demais, se revelava de uma pessoa tímida que queria outro tipo de atenção. São essas qualidades que tem que ser analisadas. São esses detalhes que a fez única e a eternizou. São essas singularidades e o talento que devem ser reconhecidos, celebrados e lembrados. Sempre. 

R.I.P. Amy.

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