domingo, 30 de junho de 2013

A Menina Sem Qualidades

      A Menina Sem Qualidades é a primeira série de dramaturgia produzida pela MTV Brasil. Com 12 episódios, que foram exibidos entre os dias 27 de maio e 14 de junho, a série foi dirigida por Felipe Hirsch, e tem o enredo baseado no livro homônimo da escritora alemã Juli Zeh. 
       Eu comecei assistir a série de forma meio aleatória: apareceu um anúncio no facebook, o nome chamou minha atenção e comecei a ver. Não li a sinopse, nem sabia que a série era uma grande aposta do canal - que, segundo boatos, está passando por um momento de crise.  Sem saber do que se tratava, comecei sem expectativas e confesso que o primeiro episódio me agradou, me deixou intrigada e me fez querer ver a continuação. 
       A partir do segundo episódio eu comecei a me decepcionar. Desde então, fiquei pensando que esse seria um assunto pra trazer aqui para o Pitacos. Com muita preguiça (e tédio!), cheguei ao décimo segundo episódio. Queria ter certeza sobre o que ia escrever e alimentava uma esperança de que a série voltaria a me agradar. 


      Pois bem, não tenho muito o hábito de correr atrás do que as pessoas postam sobre as séries que eu vejo, mas A Menina Sem Qualidades, muitas vezes me fez pesquisar para ver o que as pessoas estavam achando, se elas compartilhavam dos mesmos pensamentos que eu. A conclusão que cheguei é que teve muita gente que achou genial, e teve muita gente, que assim como eu, não gostou - e os motivos geralmente eram os mesmos. 
      Umas das coisas que mais me incomodou em todos os episódios foram os diálogos. Achava todos eles extremamente forçados. Ninguém tem comportamentos e conversas iguais as que a série apresentava. Desde a conversa da Ana com a mãe, com o namorado ou com os professores. Ninguém mantém aquele tipo de comportamento, e essa falta de realidade, me impedia de entrar na história que estava sendo contada. 
        Os personagens falavam com um sotaque que não me convencia, e que tornava a série menos real ainda. De todos, os que mais me incomodavam, era o do personagem Alex. Quanto à atriz principal, Bianca Comparato, atriz que já fez novelas na Globo e, n'A Menina Sem Qualidades viveu a personagem principal Ana, sua atuação não foi capaz de criar em mim um sentimento. Ana não era uma personagem que eu gostava, torcia ou me identificava. No entanto, eu também não a odiava e nem esperava que lhe acontece algo de ruim. Acho que me manter indiferente não só a ela, como aos demais personagens, foi um dos motivos para a série se tornar um tédio em muitos momentos. 
        Em um dos comentários que li durante minhas pesquisas foi de que a série era superficial. Ao fim dos 12 episódios, acho que essa é a melhor definição. A Menina Sem Qualidades trata da relação sexual entre aluna e professor, do relacionamento complicado entre mãe e filha, de uma menina que sofre bullying na escola. Se propõe a abordar tanta coisa, mas no final das contas, não sai da superficialidade de nenhum desses temas. Para mim, as coisas acontecem e de repente ficam sem explicação e resolução. O assunto é levantado e não é discutido. O resultado foi que a série acabou e eu fiquei cheia de interrogações.


Há qualidades

         Mas, não, a série não é de todo mal. Se a história não me conquistou, tenho que admitir que duas coisas foram muito bem abordadas e usadas, elevando o nível d'A Menina Sem Qualidades. A primeira delas: a forma com que foi filmada. Em muitas cenas, dava para perceber que tripés e suportes que dão estabilidade aos equipamentos foram deixados de lado, apostando no movimento de câmera. Há também filmagens em close up, ou mais abertas que apresentam bem os ambientes em que as cenas se passam. Acho que as apostas na forma de filmar acrescentou muita qualidade e linguagem à série, tornando-a mais dramática, mais intimista, dando suporte a atuação dos personagens.
       Várias cenas me chamaram a atenção ao longo dos 12 episódios, mas a que mais me marcou, aconteceu no décimo primeiro, em um momento que a Ana e o Olavo estavam sentados próximos da piscina, conversando. Quando eles se levantam, a câmera se movimenta com os personagens e, enquanto o diálogo continua, a câmera fica, por alguns instantes, filmando apenas a sombra dos dois projetadas na parede. Achei genial!
         O segundo ponto forte da série? A trilha sonora! Do início ao fim dos episódios, as músicas escolhidas são ótimas. Muitas, para não dizer a maioria, eu nem conhecia, mas eram tão boas e combinavam tanto com as cenas, que davam vontade de pausar o episódio para ir em busca das músicas para depois ouvi-las. Uma que me chamou a atenção, foi a versão da Video Game - da Lana Del Rey - e, n'A Menina Sem Qualidades aparece na voz de Boy George. Além de ser ótima, a música se encaixa perfeitamente na relação de Ana e Alex. Ponto para a produção!




      Eu assisti todos os episódios da série online, no site da MTV, o que eu acho que torna o canal digno de créditos. Além da comodidade de podermos assistir da forma e na hora em que bem entendermos, sem ter que baixar, os episódios eram disponibilizados no dia seguinte à exibição na televisão. No site, há ainda vídeos do making of, fotos e o melhor de tudo: a playlist de cada episódio. Para quem ainda não viu a série, ou está em busca das músicas, seguem os links abaixo. Enjoy it!



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